A Azul Linhas Aéreas espera encerrar o ano com uma recuperação de 90% no mercado interno. A companhia aérea de baixo custo brasileira tem atualmente a melhor recuperação da América do Sul da crise do COVID-19.
Quão boa foi a recuperação da Azul?
Embora, pelo número de passageiros, a Azul seja a terceira companhia aérea mais importante do Brasil, pode ser a mais importante do mercado nacional. Tem um modelo de negócios ponto a ponto, ao invés de um hub real como seus concorrentes LATAM e GOL.
A Azul informou ontem que mais de 90% dos assentos-quilômetro domésticos disponíveis (ASK) de seu concorrente vêm de rotas que partem de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Enquanto isso, apenas 30% dos ASKs nacionais da Azul vêm dessas três cidades.
Essa diversificação ofereceu à Azul uma oportunidade maior de se recuperar da crise atual. A companhia aérea declarou:
“Como resultado de uma das recuperações de demanda mais rápidas do mundo, em dezembro de 2020, a Companhia espera operar mais de 90% de sua capacidade nacional em relação ao mesmo período do ano passado. Para o primeiro trimestre de 2021, a Azul espera operar mais de 100% de sua capacidade nacional e mais de 85% de sua capacidade total em relação ao 1T19 ”.
Se a companhia aérea conseguir essa recuperação, ela se alinhará com outras companhias aéreas de baixo custo em todo o mundo. Por exemplo, no México, Volaris e Viva Aerobus também recuperaram mais de 95% de sua capacidade.
Fique informado: Cadastre-se em nosso resumo diário de notícias de aviação.
Mas e quanto ao número total de passageiros?
Uma coisa é recuperar capacidade em termos de voos e cidades atendidas. Mas outra coisa é fazer isso com o número de passageiros e muito menos com os rendimentos. A Azul ainda tem um longo caminho a percorrer para trazê-los de volta aos níveis pré-COVID.
Segundo estatísticas da autoridade brasileira de Aviação Civil, entre janeiro e outubro de 2020, a Azul transportou 10,92 milhões de passageiros. Na comparação, transportou 22,27 milhões nos primeiros dez meses de 2019. Mas essa comparação não é justa porque se considera os piores meses da crise, entre abril e setembro.
Em outubro de 2020, a Azul já havia se recuperado um pouco. Em outubro de 2019, a Azul transportava 2,49 milhões de passageiros, enquanto em outubro de 2020, esse número era de 1,36 milhão de passageiros. Isso representa uma redução de 45% de ano para ano.
Enquanto isso, os retornos (o valor médio pago por passageiro para voar um quilômetro) também diminuíram. No final do terceiro trimestre de 2020, o retorno da Azul caiu 30,3% em relação a 2019.
O que podemos esperar para 2021?
Apesar dos resultados mistos que apresentamos, esperamos que a Azul se recupere em 2021. A companhia aérea tem um modelo de negócios eficaz no Brasil. Em menos de duas décadas, já se posicionou em todo o país.
Em 2019 tinha 116 destinos; A Azul encerrará o ano atendendo 113. Destas, 76% são operadas apenas pela Azul, que possui o maior número de frequências em 16% de seus destinos.
Além disso, o preço médio de suas passagens corporativas não caiu tanto quanto o de outras companhias aéreas brasileiras. Segundo a Azul, em relação ao terceiro trimestre de 2019, o preço do bilhete corporativo é 8% menor.
Por fim, a diversificada frota da Azul dá à empresa uma vantagem no mercado brasileiro. A Azul tem aviões de quatro OEMs diferentes. Opera 17 turboélices Cessna de nove lugares em seu recém-lançado Blue Connect. A Azul também possui 33 aeronaves ATR com média de 70 assentos, 53 Embraer E-jets com capacidade entre 106 e 136 assentos e 43 aeronaves Airbus com capacidade de 174 a 214 passageiros.
Você está planejando viajar com a Azul em 2021? Deixe-nos saber nos comentários.