Brasil lança campanha de vacinação contra a poliomielite
“Temos 15 milhões de crianças para vacinar”, disse Queiroga
O Ministério da Saúde do Brasil lançou uma nova campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e outras doenças, foi relatado. O ministro Marcelo Queiroga esteve presente na solenidade de sábado que marcou o início do novo esforço.
Segundo as autoridades, menos da metade da população-alvo foi imunizada contra a poliomielite. Pede-se aos pais e responsáveis que vacinem as crianças menores de cinco anos contra o vírus que causa a paralisia infantil e dêem doses de reforço às crianças e adolescentes menores de 15 anos.
“Temos um grande desafio, não permitir a reintrodução da pólio no Brasil”, disse Queiroga.
“Temos 15 milhões de crianças para vacinar e precisamos de sua ajuda para que possamos trazer seus pais e avós para vacinar pelo menos 95% dessas crianças”, explicou.
O último caso de poliomielite registrado foi em 1989, na cidade de Sousa, na Paraíba. O ministro lembrou que o Programa Nacional de Imunizações disponibiliza à população brasileira mais de 22 vacinas contra diversas doenças.
De acordo com o Ministério da Saúde, o público-alvo é de 14,3 milhões de crianças menores de cinco anos, e as crianças menores de um ano devem ser imunizadas de acordo com a situação vacinal do calendário primário.
Crianças entre um e quatro anos devem tomar uma dose da Vacina Oral contra a Pólio (VPO), popularmente conhecida como gotinha, desde que já tenham recebido três doses da Vacina Inativada contra Pólio (VPI) do esquema básico. Até o momento, cerca de seis milhões de doses foram aplicadas no Brasil.
Desde 2016, a cobertura vacinal contra a poliomielite está abaixo de 95%, índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No ano passado, menos de 70% das crianças foram vacinadas, segundo o DataSUS.
Além da mobilização contra a poliomielite, o evento em Brasília também contará com exames gratuitos de pressão arterial, testes de diabetes e práticas integrativas, além de assistência médica e encaminhamentos gratuitos.
O evento também marca os 32 anos de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), concebido pela Constituição de 1988.
Em seu discurso, Queiroga abordou a situação atual da pandemia de Covid-19 no Brasil. “A união de todos nos permitiu superar esta emergência de saúde pública. Hoje, a média móvel de mortes é inferior a 70 casos por dia. Ou seja, vivemos num cenário epidemiológico mais controlado”, frisou.
Sobre a varicela, o ministro disse que o SUS conseguiu estruturar uma rede com mais de 15 laboratórios capazes de fazer o diagnóstico, além da aquisição de medicamentos. “As vacinas chegarão em breve, tudo isso é fruto do SUS”, disse.
Ele também mencionou a ampliação do sistema de vigilância sanitária, desde o início da pandemia. “Nossa estrutura de vigilância sanitária triplicou. Foram 55 CIEV [Center for Strategic Health Information] e hoje são 164, muitos deles em regiões de fronteira”, argumentou Queiroga.
(Fonte: Agência Brasil)