Era 1986, o ano de Diego Maradona, o ano em que a Argentina ganhou a Copa do Mundo pela segunda vez e do Lago, agora embaixador do Brasil em Nova Delhi, teve que chegar primeiro à Casa Paco, o luxuoso restaurante espanhol onde seu embaixador eu havia convidado dele. Pelé. “Havia uma grande mesa e todos tomavam café após uma autêntica refeição local. Um garçom, que o reconheceu, aproximou-se de Pelé. ‘Senhor, posso trazer outro café?’ “Sim”, concordou Pelé. Tinha sido um grande jantar e todos estavam se levantando. Foi então que Pelé disse: “Você pode esperar um pouco? O garçom está me trazendo outra xícara de café. Quero esperar por ele.” que Pelé jamais veria em sua vida, um homem que queria trazer um café para ele e Pelé cedeu”, lembra do Lago. Era a única maneira de o garçom espanhol se aproximar de Pelé. E Pelé entendeu.
Na visão de Lago, Pelé não estava realmente interessado em outra taça, mas concordou com o pedido de um torcedor estrelado. “Foi um ato de bondade extraordinária.”
Talvez, diz do Lago, a maior homenagem a Pelé tenha vindo de um argentino. “Quando perguntaram a Cesar Menotti, o técnico argentino, ‘Quem é o maior de todos? Maradona ou (Lionel) Messi)?’ ele respondeu: “De jeito nenhum. É Pelé”. Pelé deu o exemplo pela forma como jogou e se comportou”.