Incêndios na Amazônia brasileira aumentam em setembro, o pior mês desde 2010

Fumaça de um incêndio sobe no ar enquanto árvores queimam em meio à vegetação na floresta amazônica brasileira, em Apuí, estado do Amazonas, Brasil, 5 de setembro de 2021. REUTERS/Bruno Kelly/Foto de arquivo

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SÃO PAULO, 26 de setembro (Reuters) – Os incêndios na floresta amazônica do Brasil aumentaram em setembro, já se tornando o pior mês em mais de uma década, mostraram dados do governo nesta segunda-feira, após um aumento no desmatamento para um ano eleitoral.

A agência nacional de pesquisa espacial INPE registrou 36.850 alertas de incêndio na região até agora este mês, um aumento de 120% em relação ao mês inteiro do ano passado e o pior recorde para qualquer mês desde setembro de 2010, quando o INPE emitiu 43.933 alertas.

Com isso, o total de alertas de incêndio até agora este ano foi de 82.872, superando os 75.090 registrados em todo o ano de 2021.

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Os incêndios na Amazônia tendem a atingir o pico em agosto e setembro, considerado época de queimadas na região, quando as chuvas recuam e fazendeiros e fazendeiros costumam incendiar áreas desmatadas.

Este mês, porém, já ultrapassaram a média de 32.110 focos de incêndio de setembro, segundo dados de satélite do INPE desde 1998.

A destruição da floresta tropical do Brasil geralmente aumenta em anos de eleições, quando a aplicação da lei geralmente vacila e os madeireiros avançam com planos antes de uma possível mudança na política de conservação.

“Os incêndios não são um fenômeno natural na selva amazônica. Essas queimadas estão relacionadas a atividades humanas, muitas vezes ilegais, e níveis de degradação que o tornam mais suscetível a incêndios”, disse Mariana Napolitano, gerente científica do WWF-Brasil.

Os brasileiros votarão em 2 de outubro se dão um segundo mandato ao presidente Jair Bolsonaro, que reverteu as proteções ambientais ao ver o desmatamento na Amazônia aumentar para uma alta de 15 anos.

“O Brasil já foi referência mundial no monitoramento das florestas nacionais, mas infelizmente os órgãos responsáveis ​​foram desmantelados pelo governo”, disse no Twitter o ex-diretor do INPE Ricardo Galvão, agora candidato ao Congresso.

Bolsonaro fica atrás nas pesquisas de opinião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu fortalecer a aplicação da lei na Amazônia para conter o desmatamento se eleito.

O gabinete de Bolsonaro enviou um pedido de comentários ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que não respondeu de imediato.

Em agosto, os incêndios já haviam sido os maiores para o mês desde 2010.

Os dados também mostraram que 1.661 quilômetros quadrados (641 milhas quadradas) foram limpos na Amazônia no mês passado, um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2021.

Em um discurso nas Nações Unidas na semana passada, Bolsonaro elogiou os esforços de energia renovável do Brasil e disse que a maior parte da Amazônia permanece intocada, criticando a mídia por suas reportagens sobre o desmatamento.

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Reportagem de Gabriel Araujo Edição de Brad Haynes e Marguerita Choy

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