Enquanto a Conferência Episcopal Brasileira (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lançam sua Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) na Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco exorta os cristãos do país a superar as divisões e se unir em torno da vida para superar a pandemia.
Por Robin Gomes
A Quaresma oferece aos cristãos amplo espaço para fazer muito em termos de caridade. Mas quando combinada com o ecumenismo, a caridade traz a solidariedade com o diálogo para o primeiro plano. É o que diz o Papa Francisco em sua mensagem por ocasião da Campanha da Fraternidade Ecumênica do Brasil, que nos permite abrir o coração aos nossos companheiros de viagem, sem medo ou desconfiança, em busca da paz diante do único Deus.
Maior solidariedade em caso de pandemia
A cada ano, a CNBB realiza a Campanha de Fellowship para Católicos na Quaresma, mas a cada 5 anos mais ou menos, ela se junta a várias denominações cristãs em todo o país para a Campanha de Fellowship Ecumênica. O tema da Campanha de Comunhão da Quaresma deste ano é “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”, baseado na Carta aos Efésios: “Cristo é a nossa paz, Aquele que fez as duas coisas e quebrou a parede divisória da inimizade, por meio de sua carne . ”
Em sua mensagem, o Papa Francisco evoca os fundamentos do período da Quaresma e a primeira realidade que a humanidade enfrenta é a pandemia que tem sido particularmente dura no Brasil. O Papa afirmou que Cristo «nos convida a rezar pelos defuntos, a abençoar o serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a fomentar a solidariedade entre as pessoas de boa vontade». Jesus nos chama a cuidar de nós mesmos, da nossa saúde e cuidarmos uns dos outros, como nos ensina a parábola do Bom Samaritano.
Em diálogo com outros viajantes
O tema da campanha deste ano destaca a necessidade de buscar a comunhão com as diversas comunidades cristãs do Brasil, diálogo que o Santo Padre definiu como “um motivo de esperança”. Os cristãos, destacou, são os primeiros a dar o exemplo, a começar pela prática do diálogo ecumênico. Ela nos ensina a “abrir nossos corações aos nossos companheiros de viagem sem medo ou suspeita, e olhar para tudo o que buscamos: paz diante do único Deus”.
Três ferramentas da Quaresma
Desta relação de respeito e partilha nasce aquele «precioso contributo para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade», que o Papa reafirma na sua encíclica, Todos irmãos. E dentro desse horizonte, recorda o Papa em sua encíclica, está o esforço comum para “superar a pandemia”. Ele afirma que “o faremos na medida em que formos capazes de superar as divisões e nos unir em torno da vida”. E para que não caiam na tentação do “consumismo febril e novas formas de autoproteção egoísta”, uma vez que a crise de saúde passe, o Papa Francisco encoraja os cristãos a usarem as ferramentas da Quaresma de oração, jejum e esmolas.