Uma apresentação do Tesouro Nacional (NT) a um dos comitês de supervisão de defesa do Parlamento pinta “uma imagem chocante da triste situação na Força de Defesa Nacional SA (SANDF)”.
Este e outros comentários contundentes vieram do ministro da defesa e veterano militar da Aliança Democrática (DA), Kobus Marais. Ele disse que a apresentação do NT desta semana (quarta-feira, 17 de maio) mostrou “gastos irregulares contínuos”, “falta de liderança estratégica” e uso imprudente do orçamento de defesa.
As preocupações levantadas pelo NT, onde o Ministro das Finanças Enoch Godongwana tem influência, incluem gastos excessivos de quase R3 bilhões com funcionários e aumento do pagamento de horas extras. Sobre essas descobertas, Marais observa que “apesar de uma queda no quadro de funcionários, ainda há um gasto excessivo anual com a remuneração dos funcionários (CoE) de R2,9 bilhões, não orçado”. Ele não dá detalhes sobre horas extras, dizendo que o aumento “cresce constantemente ao longo dos anos pode indicar falta de controle sobre essa despesa específica”.
Ainda na equipe, Marais critica a ministra Thandi Modise e sua gestão no Departamento de Defesa (DoD) e SANDF sobre o número de gabinetes de adidos de defesa. O último relatório anual disponível do Departamento de Defesa indica que existem 44 adidos de defesa.
Os países que hospedam adidos de defesa sul-africanos são Argélia, Angola, Argentina, Bélgica, Botsuana, Brasil, Burundi, Costa do Marfim, Cuba, República Democrática do Congo (RDC), Egito, Eswatini, Etiópia, França, Alemanha, Gana, Índia , Itália, Quênia, Lesoto, Malásia, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Paquistão, RPC, Federação Russa, Arábia Saudita, Senegal, Espanha, Sudão do Sul, Sudão, Suécia, Tanzânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Uganda, Reino Unido, Estados Unidos Estados da América, Vietnã, Zâmbia e Zimbábue.
Adidos de defesa não residenciais monitoraram as idas e vindas, do ponto de vista militar, no Bahrein, Brunei, Canadá, Chile, Guiné, Indonésia, Jordânia, Kuwait, Malawi, Maurício, Marrocos, Holanda, Omã, Filipinas, Catar, Romênia , Ruanda, Tanzânia, Tunísia e Uruguai.
Outros pontos pertinentes sobre o que Marais considera gastos desnecessários são o Dia das Forças Armadas (AFD) e a fusão Armscor-Denel. Esta fusão, defende, vai poupar custos de serviços corporativos enquanto, segundo ele, não existe previsão legislativa para organizar anualmente a AFD.
“A força de defesa nacional está na UTI e não há liderança para dar a volta por cima, nem do ministro da Defesa, nem do elemento de comando das Forças Armadas”, afirmou.